segunda-feira, 12 de junho de 2017






GALVANI E A ELETRICIDADE ANIMAL

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LUIGI GALVANI (1737 - 1798)

A época datada por volta do século XVIII foi de grande importância para a área da eletricidade, pois nesse período, pesquisas realizadas por grandes estudiosos foram essenciais para que as primeiras noções sobre os fenômenos elétricos fossem surgindo. Nessa época Franklin especifica a noção de carga elétrica e Coulomb elabora a lei do quadrado do inverso das distancias para interações entre cargas elétricas, contribuindo para a evolução dos estudos na área da eletricidade. Foi nesse período de grandes avanços que Galvani se inseriu, e teve como sua teoria principal a "eletricidade animal", porém, para abordá-la, primeiramente temos que entender as condições que proporcionaram o seu surgimento.
Luigi Galvani nasceu em Bolonha, na Itália no ano de 1737. Antes dos fenômenos elétricos despertarem seu interesse, ele cursou Filosofia e Letras e mais tarde se formou em medicina e trabalhou como professor de anatomia e obstetrícia.

Em 1756, durante seus estudos, acontece o seguinte acontecimento relatado abaixo:

" Tendo dissecado e preparado uma rã, coloquei-a sobre uma mesa onde se achava, a alguma distância, uma máquina eletrostática. Aconteceu por acaso, que um dos meus assistentes tocou a ponta de seu escalpelo no nervo da coxa da rã; imediatamente os músculos dos membros foram agitados por violentas convulsões", afirmou ele.


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 Afim de estudar mais a fundo o que ele havia observado acidentalmente, ele repetiu a experiência sob outras circunstâncias. Em um dia muito tempestuoso, ele reparou que os efeitos que a eletricidade atmosférica provocara eram iguais aos provocados pela máquina eletrostática. Coisa que não pôde ser observada em um dia sem tempestades. Ele resolveu então testar uma outra situação, fixando um gancho de cobre na medula da rã, fechando o "circuito", suspendendo o gancho a uma rede de ferro, onde ele pôde observar que as violentas convulsões se repetiram. Depois, ele colocou o animal em uma placa de ferro e quando ele  encostou na placa com o gancho de cobre que estava fixo na medula do animal, ele observou que as contrações se repetiram novamente. Ele tentou repetir a experiência em outras situações, obtendo os mesmos resultados com os metais, porém quando ele utilizava materiais não condutores nada acontecia.

Desta vez ele descreve: " Levei o animal para um quarto fechado e coloquei-o sobre uma placa de ferro; quando toquei a placa com o fio de cobre, fixado na medula da rã, vi as mesmas contrações espasmódicas de antes. Tentei outros metais, com resultados mais ou menos violentos. Com os não condutores, todavia, nada se produziu. Isso era bastante surpreendente e conduziu-me a suspeitar de que a eletricidade era inerente ao próprio animal, suspeita que foi confirmada pela observação de uma uma espécie de circuito nervoso sutil (semelhante ao circuito elétrico da garrafa de Leide) fecha-se dos nervos aos músculos quando as contrações se produzem".


Essas observações o levaram a concluir que a eletricidade era inerente ao próprio corpo do animal, por isso foi denominada eletricidade animal, onde o cérebro conduzia corrente elétrica, na época chamada de fluido elétrico, para os músculos através do sistema nervoso. Essa teoria de início foi aceita e ganhou um grande numero de adeptos, causando entusiasmo inclusive em Alessandro Volta, que mais tarde viria a se tornar um dos seus maiores opositores, dizendo que na verdade o fenômeno se tratava de uma simples decorrencia de um estímulo mecânico. A partir desta teoria, Galvani estabelece ainda uma comparação com a garrafa de Leiden, sendo o nervo a armadura interna e o músculo a armadura externa.

Mais informações sobre Garrafa de Leiden, aqui.

Com essa descoberta, Galvani acreditava ter encontrado um detector muito sensível de corrente e descargas elétricas e devido a isso, em sua homenagem, o instrumento que utilizamos pra medir corrente elétrica de baixa intensidade é denominado galvanômetro.

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Galvanômetro
Certo tempo antes de falecer, Galvani fez uma viagem ao Adriático afim de estudar o comportamento dos torpedos, que são uma espécie de "peixe elétrico". Galvani acreditava que o choque provocado pelo animal era de natureza elétrica e que ele era mais intenso nos músculos do animal, Essas observações serviram para ele como outra confirmação da veracidade da sua tese sobre eletricidade animal.
Logo após essa viagem, em 1798, Luigi Galvani veio a falecer, e ao contrário do que parece, seus estudos foram de muita importância para o avanço da eletricidade.











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